A verdadeira felicidade
Mateus, em seu evangelho, apresenta a proclamação das bem-aventuranças como sendo as primeiras palavras de Jesus dirigidas às multidões, no início de seu ministério. Estas bem-aventuranças são uma proposta de felicidade a ser encontrada na união de vontade com Deus a partir das práticas amorosas acessíveis a todos. Não se trata da prática de virtudes pessoais, ascéticas ou morais, para um aperfeiçoamento individual. As bem-aventuranças são a felicidade alcançada por aqueles que entram em comunhão de vida com os irmãos, particularmente os mais excluídos, em um processo solidário e fraterno de libertação e restauração da dig
nidade humana. As bem-aventuranças não têm o mesmo caráter que os mandamentos. Elas são um convite e uma proposta de vida nova, na prática da justiça que conduz à paz (cf. primeira leitura). À prática das bem-aventuranças todos são chamados, sem elitismos ou exclusões, particularmente os mais simples e humildes (cf. segunda leitura). A primeira bem-aventurança apresenta a pobreza, na forma de desapego concreto dos bens terrenos, como a característica fundamental do Reino. As duas bem-aventuranças seguintes apontam para as vítimas da sociedade injusta: os que choram e os submissos ("mansos") aos quais o amor de Deus traz a libertação. Seguem-se quatro bem-aventuranças ativas em vista da transformação da sociedade: a fome e a sede da justiça, que são a vontade de Deus; a misericórdia, que impulsiona à ação solidária; a pureza do coração, que supera a pureza ritual e acolhe a todos, e os promotores da paz em vista da construção de um mundo sem ambição e violência daqueles que tiram o alimento dos pobres para transformá-lo em armas de destruição maciça diante da consolidação de um império mundial. As duas últimas bem-aventuranças retomam o tema da justiça, exaltando sua grandeza e advertindo sobre a repressão a que estarão sujeitos os que a buscam. Neste mundo em que a violência é alimentada pela ambição dos poderosos, a prática das bem-aventuranças aponta para novos rumos em vista da comunhão fraterna, da solidariedade mundial e da conquista da paz.

Liturgia - Ano A - Dia: 03/02/2008
1ª Leitura: Sf 2,3; 3, 12-13
Salmo Responsorial: Salmo 146 (145): "Louva o Senhor, ó minh'alma!
2ª Leitura: I Cor 1, 26-31
Evangelho: Mat 5, 1-12a - Sermão da Montanha
Oração
Pai, move-me pelo Espírito a trilhar o caminho da santidade, colocando minha vida em tuas mãos e buscando viver as bem-aventuranças proclamadas por teu Filho Jesus.
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